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Diogo Nogueira lança ‘Lua’ e diz que papel do artista é trazer alegria e esperança
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diogo Nogueira, 39, acaba de lançar “Lua”, o último álbum da trilogia “Samba de Verão”, que homenageia o samba -os dois primeiros discos são “Sol” e “Céu”. Com participação de Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal, o projeto está disponível no canal oficial do sambista no YouTube e nas plataformas digitais.
Gravado em uma balsa no Rio de Janeiro, o álbum tem 24 canções e tem como principais temas o amor e a alegria, marcas registradas do carioca em seus 13 anos de história. “São sentimentos que sempre estiveram presentes no meu trabalho e de forma natural. Acredito que o papel do artista é um pouco esse, trazer alento, alegria, esperança, mas também reflexão”, diz.
Em conversa com a reportagem, Nogueira comenta sobre os preparativos para uma turnê do projeto recém-lançado. Ele afirma que tudo ainda vai depender de como estará a contenção da Covid-19 e critica a condução das autoridades no combate à pandemia.
“A única coisa que me entristece é ver nosso povo e nosso país sendo sacaneado por gente que nunca poderia estar onde está. Mas sou um otimista”, diz o artista, que relembra o pai, o músico João Nogueira, morto em 2000. “Meu pai sempre foi a minha maior referência e sei que ele estaria feliz comigo, com tudo o que tenho feito.”
Confira trechos editados da entrevista.
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Pergunta – Como se deu a gravação de “Samba de Verão”?
Diogo Nogueira – Toda a gravação aconteceu durante o passar de um dia, e o álbum ‘Lua’ foi a parte final dessa gravação. Ele traz nove canções, entre inéditas e outras que garimpei. “Samba de Verão” é uma grande celebração ao samba, ao verão, e o álbum “Lua” é a parte final dessa festa.
Quais foram os desafios dessa trilogia?
DN – O projeto foi gravado numa balsa na Baia de Guanabara, no Rio, e tivemos muitos desafios, a começar pelo tempo, porque a gente estava ao ar livre e precisava de um céu limpo. Outro desafio foi gravar esse projeto nesta loucura da pandemia. Tivemos todos os cuidados, todos fizeram os testes de Covid.
Quais são os artistas que participam do álbum?
DN – Tivemos a participação especial de Zeca Pagodinho, de cinco partidários da nova geração e também do Grupo Fundo de Quintal, o que para mim foi uma honra, pois foi o último registro filmado de Ubirany [1940-2020], que morreu logo depois [o músico faleceu em dezembro, vítima de Covid-19].
E como foi a parceria com Moacyr Luz?
DN – Moacyr Luz é um dos maiores compositores da música brasileira e foi um privilégio poder ser parceiro dele na música “Cadê?”. Adoro a música e foi emocionante ter o Moacyr com a gente no dia da gravação. Já estamos planejando outros trabalhos juntos
Você costuma cantar sobre amor e alegria. Esses sentimentos estão nesse projeto?
DN – Legal você ter falado disso. Recentemente meu escritório fez uma pesquisa com uma base de fãs, e amor e alegria foram os termos que pintaram com maior força na nuvem de palavras. De fato, são sentimentos que sempre estiveram presente no meu trabalho e de forma natural. Acredito que o papel do artista é um pouco esse, trazer alento, alegria, esperança, mas também reflexão.
Você canta Gil, Zeca e Beth Carvalho (1946-2019) neste projeto. O que representam?
DN – Sempre procurei celebrar meus mestres e nesse trabalho não foi diferente. Canto João Nogueira [1041-2000], Zeca, Beth, Arlindo, Sombrinha, Moacyr Luz, Jovelina Pérola Negra [1944-1998]. No último [álbum] da trilogia, “Lua”, canto Gilberto Gil e Jorge Aragão. Tenho uma missão de trazer novidades para o meu público.
Considera esses cantores ícones de gerações?
DN – Busco cantar sempre canções que são alicerces da música brasileira. E esses grandes artistas são, de fato, os nossos verdadeiros heróis.
E como tem sido o retorno do público? Já planeja turnê?
DN – Cada álbum tem as suas particularidades, mas o projeto todo tem uma unidade musical e visual, e todos os álbuns ficaram muito legais. O feedback tem sido excelente. Isso me dá a certeza de estar no caminho certo. A ideia é sair em turnê e já temos até datas reservadas, como no Unimed Hall, em São Paulo, dia 3 de julho. Mas tudo vai depender da vacina e de como estaremos até lá.
Você fará 40 anos em abril. Quais são seus maiores presentes?
DN – Sou um cara privilegiado e feliz. Amo o que faço, tenho grandes amigos e uma família linda.
Como você vê a crise sanitária no Brasil?
DN – A única coisa que me entristece é ver nosso povo e nosso país sendo sacaneado por gente que nunca poderia estar onde está. Mas sou um otimista e, apesar deles, o amanhã há de ser outro dia, como diria o querido Chico Buarque.
Ainda falta algo a fazer?
DN – O tempo passou rápido e às vezes até me espanto com tudo o que fiz ao longo de 13 anos de carreira. Com certeza, temos muitas coisas para fazer. O mundo das artes é um lugar infinito e toda semana tenho novas ideias e projetos. Quero muito fazer cinema e isso é um dos meus objetivos quando penso em projetos futuros.
O que seu pai diria se estivesse aqui?
DN – Meu pai sempre foi a minha maior referência e sei que ele estaria feliz comigo, com tudo o que tenho feito. Meu pai me apoiou em tudo até quando resolvi ser jogador de futebol quando era mais jovem. Faço meu trabalho com verdade, sinceridade e honestidade, e acredito que isso seja um dos principais legados que ele me deixou.