Procurador que enquadrou Berlusconi lidera investigação italiana da Lava Jato: Aposentadoria Especial Blog Explica: SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um desdobramento da Lava Jato enviado à Itália foi assumido pelo procurador responsável pelas condenações de dois ex-primeiros ministros do país, incluindo Silvio Berlusconi, e com papel de destaque nas investigações que abalaram a política no país europeu nos anos 1990. Fabio de Pasquale, de Milão, e outros dois procuradores, …
Procurador que enquadrou Berlusconi lidera investigação italiana da Lava Jato
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um desdobramento da Lava Jato enviado à Itália foi assumido pelo procurador responsável pelas condenações de dois ex-primeiros ministros do país, incluindo Silvio Berlusconi, e com papel de destaque nas investigações que abalaram a política no país europeu nos anos 1990.Fabio de Pasquale, de Milão, e outros dois procuradores, Isidoro Palma e Donata Costa, estão à frente de um procedimento que investiga o pagamento de propinas pelas multinacionais italianas Saipem e Techint no âmbito de contratos da Petrobras no Brasil.Os procuradores italianos conseguiram um acordo pontual de colaboração com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o mais longevo preso da Lava Jato, que aceitou descrever detalhes do pagamento de propina em troca de não ser punido.Em outubro, foi deflagrada a fase 67ª da Lava Jato, batizada de Tango e Cash, que mirou a Techint, e teve a colaboração de Duque como um de seus fundamentos.A força-tarefa brasileira enviou em 2015 à Itália menções a irregularidades envolvendo as duas empresas e uma investigação própria foi aberta na Europa.Naquele mesmo ano, o delator João Bernardi Filho, engenheiro que trabalhou para a Saipem, disse que administrava o pagamento de propina para Duque por meio de uma offshore com sede no Uruguai e conta-corrente na Suíça.Com base em informações da Suíça, os italianos descobriram que foram repassados à firma US$ 8,5 milhões de empresas que faziam parte da Techint, até 2014. Também afirmam que depoimentos já prestados na Suíça confirmam que a Techint tinha uma rede de firmas no país para pagar subornos.É mencionado no relatório ainda outro ex-diretor da Petrobras, Jorge Zelada, que ficou preso de 2015 até este ano.O trio de procuradores pediu buscas contra representantes do grupo italiano no Brasil, que efetivamente foram cumpridas em outubro. O caso foi para Milão porque a Saipem e a Techint têm sede na cidade.Milão foi também o ponto de partida em 1992 da Operação Mãos Limpas, que varreu o sistema político italiano e com a qual a Lava Jato é frequentemente comparada.De Pasquale ganhou notoriedade à época, embora não integrasse a força-tarefa dos procuradores, chefiada pelo hoje advogado Antonio di Pietro. Naquela década, ele dirigiu investigação paralela sobre a Eni, a estatal petrolífera.Em 1993, um ex-presidente da empresa, Gabriele Cagliari, cometeu suicídio após quatro meses de detenção. O caso gerou debate no país pelo suposto uso das prisões preventivas em troca de confissões.De Pasquale à época foi criticado pela maneira como conduziu uma negociação para que o acusado deixasse a cadeia e chegou a ser …